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"Transtorno Bipolar" Você sabe o que é?

Escrevo hoje um pouco sobre o transtorno de humor, a bipolaridade, uma das doenças que vem também aumentando dentro dessa nova sociedade contemporânea. Na realidade, não sei realmente se aumentou ou se os diagnósticos tornaram-se mais precisos.

Apesar de muitas críticas, o DSM (sigla em inglês para Diagnostic and statistic manual of Mental disord - Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais) tem-se mantido como referência no diagnóstico das doenças "emocionais", tanto para psicólogos como para psiquiatras. Sua última versão, a V, foi reformulada mais recentemente. Vale lembrar no entanto, que o transtorno bipolar não existia no DSM III. Os pacientes antes dessa época eram sempre diagnosticados como psicóticos maniaco-depressivos, conceito este desenvolvido por Kraepelin (psiquiatra alemão que deu nome ao atual Transtorno Bipolar, chamado antes de Psicose Maníaco Depressiva), no início do Século XX.


Existe, portanto. um novo conceito – a bem da verdade, não tão novo assim - que foi determinado pela medicina. A bipolaridade não é mais considerada uma única doença e está subdividida basicamente em 4 subtipos, cujo diagnóstico vai variar dependendo da duração e da intensidade dos sintomas. São eles; 1. Transtorno Bipolar tipo I, 2. Transtorno Bipolar tipo II, 3. Transtorno Bipolar não especificado e 4. Transtorno Ciclotímico.


1. Transtorno Bipolar tipo I: este é chamado mais clássico, e apresenta mais episódios de mania, com duração de, no mínimo 1 semana, que se alternam com episódios de depressão/humor: a pessoa se agita, tem idéias grandiosas, menor sono, distrai-se facilmente e age impulsivamente. Tanto na depressão como no humor, observa-se mais intensidade na sua manifestação e podem comprometer os relacionamentos familiares, profissionais, a parte econômica e a própria segurança do paciente, com um risco maior de suicídio. Vale ressaltar que estes sintomas precisam estar presente por mais de 2 semanas. A depressão aqui dura mais que os episódios de mania.


2. Transtorno Bipolar tipo II - A depressão é a principal característica, porém aqui, em vez de mania, as pessoas experimentam episódios de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação, otimismo e eventualmente agressividade). Os pacientes, muitas vezes, não se percebem "doentes", mas seus parentes notam que estão mais agitados e mais otimistas. Não há um prejuízo maior para os relacionamentos e atividades.


3. Transtorno Bipolar não especificado ou misto - Os sintomas aqui sugere para aqueles que parecem ter transtorno bipolar, mas não se encaixam em nenhuma das categorias discriminadas acima, devido à duração dos sintomas. Para ser bipolar I, os episódios de mania precisa durar no mínimo 1 semana, quando este em questão tem duração de apenas 2/3 dias. Os médicos então os classificam como transtorno não especificado.


4. Transtorno Ciclotímico – Os portadores desse transtorno são considerados muitas vezes pessoas "temperamentais": possuem temperamento instável ou irresponsável e apresentam altos e baixos, às vezes, no mesmo dia. Precisam eventualmente de menos sono e tem depressão leve.


Não foi determinada ainda a causa do transtorno bipolar, mas sabe-se que estão envolvidos fatores genéticos bem como algumas alterações nos neurotransmissores.


Alguns eventos na vida do paciente podem precipitar a manifestação, como, por exemplo, episódios de depressão, puerpério, remédios inibidores de apetite, disfunção da tireoide .


Para ficarmos atentos, seguem discriminados abaixo alguns sintomas de depressão, mania e hipomania.


DEPRESSÃO

  • dificuldade de concentração;

  • apatia/ humor deprimido/tristeza profunda;

  • isolamento social;

  • desinteresse pelas atividades antes prazeirosas;

  • alteração do sono/apetite;

  • redução de libido (vontade sexual);

  • culpa excessiva e inutilidade;

  • esquecimentos;

  • idéias suicidas, entre outros.


MANIA

  • agitação e descontrole de idéias;

  • aumento da libido;

  • comportamento agressivo;

  • mania de grandeza/valorização da autoestima;

  • compulsão em falar;

  • pouco sono;

  • irritabilidade e impaciência;

  • comportamento agressivo;

  • atitude que reverte em danos a si próprio (pedido de demissão do emprego, gastos, envolvimentos afetivos apressados).


HIPOMANIA

  • semelhantes aos de mania, porém, mais leves;

  • mais falantes, sociáveis;

  • a crise é leve e dura apenas poucos dias.

Vale lembrar que esse transtorno não tem cura, mas pode ser controlado. Para isso, precisamos incluir uso de medicamentos e terapia psicológica que vai ajudar o paciente a superar as dificuldades da doença e prevenir novas crises. Muitas pessoas convivem com a doença e ainda não foram diagnosticadas e nem se percebem com elas. Perceber-se com os sintomas e procurar um médico para seguir corretamente o tratamento indicado e a psicoterapia são as melhores maneiras de prevenir a instabilidade emocional e as possíveis crises. Há necessidade também de a família ser incluída no processo de ajuda, como orientação ou como psicoterapia, pois os episódios do paciente a afetam diretamente.

Clique no link a seguir e veja a história real de uma atleta com transtorno bipolar: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151104_atleta_depressao_prostituicao_fn


Leia mais sobre DSM neste link:


Outras referências:

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